ALFENIM – Um Doce Brinquedo!
ALFENIM – Um doce Brinquedo – BY:- Arilza Soares!
Herança do tradicional doce de tabuleiro do Brasil colônia, o alfenim é portanto um doce delicado e frágil, de cor branca, que se apresenta em formas esculpidas de bonecos, animais, flores e tudo mais que a imaginação criar.
A história do Alfenim começa com os árabes, além disso, passa pelos portugueses e chega ao Brasil onde adquire forte significado cultural no nordeste brasileiro.
Em 1939 Gilberto Freyre, escrevia no seu livro Açúcar “… Os doces com feitio de homem e de animal, sempre muito encontrados nas feiras portuguesas, e dos quais Leite de Vasconcelos já escreveu que parecem “relacionar-se com antigas formas cultuais” comunicaram-se ao Brasil, sobrevivendo nos mata-fomes de tabuleiro e nos alfenins.
Os mata-fomes em forma de cavalo, camelo, camaleão, homem ou mané-gostoso; os alfenins, em formas também de homem, menina, galinha, galinha chocando, pombinhos, cavalo. Doces hoje raros mas que ainda se encontram no Nordeste…”
ALFENIM – Um doce Brinquedo
Para Câmara Cascudo “Alfenim: alfenie, do árabe, valendo o alvo, o branco. Massa de açúcar branco, uma das gulodices orientais. Em Portugal, já era então popularíssima em fins do século XV e princípios de XVI. Citado em Gil Vicente, Jorge Ferreira e Antônio Prestes.
Era um doce fino, sem as complicações portuguesas e brasileiras, onde então tomou formas humanas, de animais, flores, objetos de uso, vasos, cachimbos, estrelas. Sempre com pequenos desenhos vermelhos. É portanto açúcar e água, apenas. Passa-se goma nas mãos na hora de puxar o fio no ponto do alfenim.
De sua fragilidade e mimo restou então a comparação melindroso como alfenim. Pertenceu a doçaria dos conventos, ofertado nos outeiros e além disso, nas festas de recebimento nas grades nos abadessados portugueses no século XVIII”.
RECEITA DE ALFENIM
“Desde a madrugada estava acordada, mexendo a calda de açúcar, acrescentando-lhe dedal de vinagre da receita. Agora os alfenins, já prontos, secavam em seu tabuleiro, no parapeito da janela da cozinha. Fui ver aquelas cândidas figurinhas: lírios de pétalas frágeis, pombinhos unidos pelo bico, corações entrelaçados…. Loucos por doces, João sentava num tamborete ao lado do fogão e ajudava a fazer o puxa-puxa. Os fios brancos se esticavam entre suas mãos, de uma palma a outra – clara sanfona. Ele mesmo ficava com cheiro de calda queimada”!
( Heloneida Studart no livro “O pardal é um pássaro azul!”)
Ingredientes: –
5 kg de açúcar
⇒ 1 litro de água
⇒ 1 colher de café de clara em neve
⇒ 1 colher de chá de limão
Modo de Preparo do ALFENIM – Um doce Brinquedo:-
Primeira Etapa:- Calda Base
⇒ Em primeiro lugar, misturar bem o açúcar, a água e a clara. Levar ao fogo sem mexer e quando começar a ferver retirar a espuma para limpar a calda.
⇒ Acrescentar então o limão, ferver mais um minuto, borrifar um pouco de água pela superfície da calda, desligar o fogo e reservar.
Segunda Etapa:- Testar o Ponto de Moldagem
⇒ Quando esfriar, retirar a crosta de açúcar que se formou na superfície da calda. Em seguida, vai tirando porções de calda aos poucos e levando ao fogo para dar o ponto de moldagem, que se testa portanto na água fria. Estende-se a calda no mármore molhado, espera esfriar uns poucos segundos, solta as bordas com uma espátula.
Terceira Etapa:- Puxa-Puxa
⇒ Quando a calda chegar ao ponto de temperatura possível para ser manuseada, ela é puxada e repuxada, até o ponto ideal para moldagem.
Última Etapa:- Moldar as Figuras
⇒ A última etapa é então a moldagem das figuras, usando goma para refrescar a mão e evitar queimaduras. Nesta fase a imaginação e portanto a habilidade para moldar é que fazem toda a diferença.
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Carlos Freire – Editor
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Que delicadeza, você citar o trecho do lindo livro da Heloneida Studart. Sempre que penso em alfenins me lembro desse livro!
Quando EU tinha meus 16 anos todo sabato ia pra cozinha para Fazer alfinins .
Tenho uma vaga lembranca de Fazer com leite de Coco puro , agua e acucar .infelizmente perdi a receita , estava tão acostumada a faze-los que ja sabia o ponto de começar a puxar. Fazia bichinhos e chupetas e era um sucesso . Hoje em dia não se encontram mais , só aquela imitação chamada bala de côco …